Quando o cineasta israelense Amos Gitai estudava Arquitetura ele se alistou para lutar na guerra de Yom Kippur, em 1973. Ele ficou na reserva e serviu no time de resgate por helicóptero. Foi nesse período que ele começou a filmar com uma câmara que sua mãe havia lhe dado. Certo dia, a aeronave foi atingida por um míssil e caiu. Gitai sobreviveu e aquela experiência marcou sua vida. Tempos depois, ele realizou um documentário sobre aquela guerra e no ano 2000 dirigiu O Dia do Perdão, filme que retoma aquele tema. O roteiro, escrito por ele, junto com Marie-Jose Sanselme, parte de suas lembranças para contar a história de uma equipe que resgata soldados feridos. A câmara de Gitai nos conduz para dentro da guerra e, além de mostrar o conflito de maneira extremamente realista, ainda encontra espaço para respiros poéticos. Um olhar, às vezes cruel, às vezes delicado. Mas, sempre preciso ao retratar a insanidade de uma guerra. E há neste filme um ponto de vista bem diferente. Não vemos a luta dos soldados. Tudo gira em torno da rotina dos homens que estão no campo de batalha resgatando e recolhendo vidas que ficaram despedaçadas.
O DIA DO PERDÃO (Kippur – Israel/França 2000). Direção: Amos Gitai. Elenco: Liron Levo, Tomer Russo, Uri Ran-Klauzner, Yoram Hattab, Guy Amir, Juliano Mer, Ran Kauchinsky e Kobi Livne. Duração: 125 minutos. Distribuição: Europa Filmes.








Uma resposta
Amos Gitai, eis um nome para ser lembrado sempre que se for ao cinema e/ou locadora.