O mexicano Carlos Reygadas se apaixonou pelo cinema vendo os filmes do russo Andrei Tarkovski. Antes de se dedicar integralmente à Sétima Arte, ele se formou em Direito, se especializou em Conflitos Armados e trabalhou para a ONU. Em 1999 realizou o curta Maxhumain, premiado em alguns festivais. A estréia em longas aconteceu em 2002, com Japón, seguido de Batalha no Céu, de 2005. Luz Silenciosa, de 2007, é seu terceiro longa e o que mais se aproxima da obra de Tarkovski. Com roteiro do próprio Reygadas, a história nos apresenta uma comunidade de menonitas do norte do México. Eles são cristãos protestantes que vivem e defendem o princípio do pacifismo radical e de rejeição ao progresso. Johan (Cornelio Wall), um homem casado e temente à Lei de Deus, se apaixona por outra mulher. Reygadas chocou muita gente com seus dois primeiros trabalhos. Em Luz Silenciosa, o ritmo e a proposta são completamente diferentes. Belissimamente fotografado por Alexis Zabe, o filme tem momentos de pura contemplação e não tem pressa alguma. As cenas do banho e a do café da manhã da família de Johan são bons exemplos disso. Reygadas, ao lado de Alejandro González Iñárritu, Guillermo Del Toro, Alfonso Cuarón e Guillermo Arriaga, faz parte da nova geração de cineastas mexicanos. Um diretor ainda pouco conhecido no Brasil, mas, que merece ser descoberto.
LUZ SILENCIOSA (Stellet Licht – México/França/Holanda/Alemanha 2007). Direção: Carlos Reygadas. Elenco: Cornelio Wall, Maria Pankratz, Elizabeth Fehr, Jacobo Klassen, Miriam Toews e Peter Wall. Duração: 127 minutos. Distribuição: Imovision.
