Em 2013, a organização do Festival de Valdivia, no Chile, realizou uma grande enquete com programadores de outros festivais de cinema. A eleição tinha por objetivo listar os dez melhores filmes latino-americanos realizados entre 1993 e 2013. Whisky, produção uruguaia dirigida por Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll foi o mais votado. O roteiro foi escrito pelos dois, junto com Gonzalo Delgado e conta a história de Jacobo (Andrés Pazos), um homem nos seus 60 anos que mantém uma rotina das mais monótonas administrando uma fábrica de meias. Ao seu lado, Marta (Mirella Pascual), fiel assistente com quem ele pouco fala. Essa monotonia toda é quebrada com a chegada de Herman (Jorge Bolani), irmão de Jacobo, que há anos morava no Brasil, mais precisamente, em Santa Catarina. Tem início aí uma farsa estabelecida entre Jacobo e Marta, que, ao lado de Herman viajam para um balneário. Whisky é uma comédia dramática das mais requintadas. Rebella e Stoll conduzem a narrativa no saudável limite entre a fábula e a realidade. E são tão habilidosos nessa condução que tornam quase impossível ficarmos indiferentes ao que nos é mostrado. Não seria nada exagerado dizer que se trata de um filme minimalista, bem econômico em sua abordagem. Seja qual for a análise. Dos aspectos técnicos ao desempenho do elenco. Há muitos silêncios, subtendidos e sutilezas. Isso faz toda diferença. Em tempo: o título do filme não tem relação alguma com a bebida escocesa.
WHISKY (Whisky – Uruguai/Argentina/Espanha 2004). Direção: Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll. Elenco: Andrés Pazos, Mirella Pascual, Jorge Bolani e Daniel Hendler. Duração: 95 minutos. Distribuição: Califórnia Filmes.
Uma resposta
Um filme absolutamente inesquecível.