O irlandês John Carney começou carreira como baixista e vocalista da banda The Frames, entre 1990 e 1993. Depois, a partir de 1996, se envolveu com TV e cinema e, desde então, vem dirigindo séries e filmes. Seu nome se destacou em 2007, com Apenas Uma Vez, produção independente vencedora do Oscar de melhor canção original. A música continua bem presente na obra de Carney. Não seria exagero dizer que ele, de certa forma, vem atualizando o musical, já que é um de seus gêneros favoritos. Seu filme de 2013, Mesmo Se Nada Der Certo, segue esta trilha, que se faz presente também neste Sing Street: Música e Sonho. O curioso é que os filmes de Carney, ou pelo menos os três citados, “flertam” com o musical sem seguirem a estrutura clássica do gênero. A música está presente, sempre, porém, quase como uma personagem, de maneira bem orgânica. Em Sing Street, que tem roteiro do próprio diretor, a partir de uma história de Simon Carmody, acompanhamos Conor (Ferdia Walsh-Peelo), um jovem que vive na Dublin de meados dos anos 1980 e é obrigado a mudar de colégio por conta de problemas financeiros de seus pais. A rotina escolar não é muito melhor. As coisas mudam quando ele vê Raphina (Lucy Boynton), uma garota que todos os dias aparece na frente de sua escola. Para se aproximar dela, ele diz está montando uma banda de rock e a convida para participar de um videoclipe. O problema é que ela aceita o convite. Com isso, ele precisa então montar uma banda. Sing Street é simples, envolvente, nostálgico e traz personagens bem construídos. Além disso, detalha o processo criativo de uma canção e fala daquelas loucuras que fazemos por amor.
SING STREET: MÚSICA E SONHO (Sing Street – Irlanda 2016). Direção: John Carney. Elenco: Ferdia Walsh-Peelo, Lucy Boynton, Jack Reynor, Maria Doyle Kennedy, Aidan Gillen, Kelly Thornton, Mark McKenna, Conor Hamilton e Karl Rice. Duração: 106 minutos. Distribuição: Netflix.