Alfred Hitchcock é um cineasta que dispensa apresentação. Conhecido como “o mestre do suspense”, ele explorou o drama psicológico em muitos de seus filmes. Quando Fala o Coração, de 1945, é um dos mais singulares de sua extensa filmografia. O roteiro de Ben Hecht, Angus McPhail e May E. Romm tem por base o romance The House of Dr. Edwardes, de John Palmer e Hilary Sanders. Tudo começa com a chegada de John Ballantyne (Gregory Peck), contratado como novo diretor de uma clínica para doentes mentais. Lá, ele conhece a Dra. Constance (Ingrid Bergman) e as coisas se complicam duplamente. Ela se apaixona por ele e ele, por sua vez, esconde um segredo. Fortemente influenciado pelos trabalhos de Sigmund Freud, Quando Fala o Coração também “pega carona” nas obras do artista surrealista espanhol Salvador Dali, que até colaborou com uma cena de sonho. Já na abertura do filme, Hitchcock usa uma frase de Shakespeare que contradiz o título da obra mais famosa do escritor John Green: “O erro… não está nas estrelas, mas em nós mesmos”. Muitos consideram este filme um trabalho pouco inspirado do diretor. Alegam que a mistura entre psicanálise e suspense não funciona muito bem aqui. Bem, analisando friamente, Quando Fala o Coração tem um clima de “mistério” que é predominante. E cá entre nós, se todo filme “menor” fosse com este, o mundo do cinema subiria um degrau em sua escala de qualidade.
QUANDO FALA O CORAÇÃO (Spellbound – EUA 1945). Direção: Alfred Hitchcock. Elenco: Ingrid Bergman, Gregory Peck , Rhonda Fleming e Leo G. Carroll . Duração: 111 minutos. Distribuição: Versátil/Cultura.
Uma resposta
Faço minhas, as palavras do Marden: “se todo filme ‘menor’ fosse com este, o mundo do cinema subiria um degrau em sua escala de qualidade.”