O cineasta Fabián Bielinsky iniciou sua carreira na Argentina, em 1981, quando dirigiu o curta-metragem O Pêndulo. A estreia em longas veio quase 20 anos depois, com Nove Rainhas, de 2000. Este filme é considerado o marco zero do chamado novo cinema argentino. Além disso, foi através dele que o mundo ficou conhecendo o talentoso ator Ricardo Darín. Aura, realizado em 2005, foi seu segundo e último trabalho. Bielinsky faleceu, prematuramente, no ano seguinte, aos 47 anos, de um infarto quando estava em São Paulo promovendo seu filme. Com roteiro dele próprio, acompanhamos aqui a história de Esteban Espinosa (Darín), um tímido taxidermista que sofre de epilepsia e passa a maior parte do tempo sozinho em sua oficina. Por trás da aparência pacata, ele esconde um desejo secreto: realizar um crime perfeito. Bielinsky nos brinda com um suspense de fundo psicológico. O ritmo lento da narrativa, ao contrário do que possa parecer, nos envolve inteiramente. O diretor demonstra um domínio absoluto de seu ofício. O título faz referência a um termo médico e funciona como uma metáfora perfeita à situação de Esteban. Quanto a Darín, mais uma vez, ele deixa claro que é o maior ator argentino de sua geração.
AURA (El Aura – Argentina 2005). Direção: Fabián Bielinsky. Elenco: Ricardo Darín, Dolores Fonzi, Pablo Cedron e Alejandro Awada. Duração: 134 minutos. Distribuição: Signature Pictures.
Respostas de 2
O cinema argentino, diga-se de passagem, tem fundamental importância no cenário cinematográfico de nosso continente.
Eu gostei do filme, só acho que se perde no terceiro ato!