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O ILUMINADO

Imagine a sensação que causou, no final dos anos 1970, o anúncio das filmagens de O Iluminado. Stanley Kubrick, um dos maiores cineastas de todos os tempos, dirigindo uma adaptação da obra de Stephen King, um dos mais promissores autores de terror na época. Parecia o melhor dos mundos. Quando o filme foi lançado, em 1980, os fãs do livro e, principalmente, seu autor, torceram o nariz. King, até hoje, não aceita o que Kubrick fez com sua obra. Cá entre nós, uma tremenda perda de tempo. Por mais óbvio que possa parecer, livro é livro, cinema é cinema. E Kubrick ainda pôs mais lenha na fogueira ao dizer que preferia adaptar livros ruins, pois eles sempre geravam bons filmes. E a versão de O Iluminado feita por Kubrick é puro Cinema. Com “C” maiúsculo. O roteiro, escrito pelo próprio diretor junto com Diane Johnson, nos apresenta Jack Torrance (Jack Nicholson). Ele é contratado como zelador do Hotel Overlook e se muda para lá, durante a baixa temporada, com a mulher, Wendy (Shelley Duvall), e o filho, Danny (Danny Lloyd). O objetivo de Jack, isolado naquele hotel durante o inverno, é escrever um livro. No entanto, gradativamente, coisas fora do normal começam a acontecer. All work and no play makes Jack a dull boy. Algo como “só trabalho e nenhuma diversão deixam Jack entediado”, é a única coisa que ele consegue escrever. Kubrick explora mais a sugestão do que o explícito. Há poucos sustos neste O Iluminado. Mas, o filme e o incômodo que ele provoca permanecem conosco tempos depois. Isso sim, é assustador.
O ILUMINADO (The Shining – EUA/Inglaterra 1980). Direção: Stanley Kubrick. Elenco: Jack Nicholson, Shelley Duvall, Scatman Crothers, Danny Lloyd, Barry Nelson, Joe Turkel e Anne Jackson. Duração: 146 minutos. Distribuição: Warner.

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Respostas de 6

  1. Um filme absolutamente extraordinário. Todas as vezes que revejo, saio atordoado. Tudo me parece aterrador e permanece conosco. A foto escolhida para o texto, Marden, é acertadíssima. Aquela máquina de escrever, no filme, torna-se um metômetro. Demarca a nossa respiração, por assim dizer.

  2. Sou fã do King e fã do Kubrick. O livro é um dos mais tensos que já li e o filme passa a mesma sensação, mesmo sendo genérico em algumas questões.

  3. Sou tão fã do livro e do escritor que ainda tenho dificuldade em saborear, devidamente, esta obra. Sei que todas as qualidades cinematográficas estão ali, mas o desprazer em ver o quanto a obra foi deturpada, sem ser transcriada, ainda se sobrepõe.

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