Pense em qualquer filme de ficção-científica, grande ou pequeno, produzido a partir de 1928. Pode ter certeza de uma coisa: em maior ou menor escala, até mesmo sem que a gente perceba, ele tem alguma coisa inspirada em Metrópolis, obra máxima do gênero, lançada em 1927 pelo cineasta alemão Fritz Lang. Diz a lenda que o diretor teve a ideia após uma viagem que fez à Nova York, onde foi influenciado por sua arrojada arquitetura. Na verdade, ele usou essa influência e juntou com um roteiro que sua esposa na época, Thea von Harbou, havia escrito. A história se passa no ano de 2026. A população encontra-se dividida em duas classes: uma que domina e outra que trabalha de maneira escrava nos subterrâneos da cidade fazendo funcionar gigantescas máquinas. Uma revolução, liderada pela operária Maria (Brigitte Helm), toma forma. Isso faz com que um cientista crie um robô igual a ela para, com isso, manipular a revolta. Metrópolis levou dois anos para ser feito e tornou-se o filme mais caro produzido até então. Seu custo atualizado seria algo na casa dos 200 milhões de dólares. Fritz Lang realizou um obra tão marcante que conquistou até o alto comando nazista alemão, incluindo o próprio Adolf Hitler, que declarou ser esse seu filme favorito. Lang, que era judeu, se viu em uma situação desconfortável, inclusive por sua esposa ser simpatizante do nazismo. Tudo isso fez com que o cineasta se separasse dela e fosse embora da Alemanha na primeira metade dos anos 1930. Ele imigrou para os Estados Unidos e trabalhou em Hollywood por cerca de 20 anos. Apesar de ter dirigido muitas obras-primas, Metrópolis é seu trabalho mais conhecido. Questões políticas à parte, o que importa mesmo é que se trata de um filme basilar e fundamental para a História do Cinema.