Os dois primeiros filmes dirigidos por Guel Arraes, O Auto da Compadecida e Caramuru – A Invenção do Brasil, não seguiram o caminho natural que a maioria das películas faz. Eles estrearam primeiro na televisão e depois foram lançados nos cinemas. Lisbela e o Prisioneiro foi a primeira obra de Arraes realizada para ser exibida na telona antes de chegar na telinha. Ou melhor, em termos. A obra de Osman Lins já havia sido adaptada como especial de TV e pelo mesmo Guel Arraes. O filme conta de história de Leléu, vivido de maneira espirituosa e hilária por Selton Mello, um trambiqueiro que se apaixona por Lisbela (Débora Falabella), uma jovem que sonha com filmes românticos, já está noiva e é filha do delegado da cidade. O roteiro, escrito por Arraes, Pedro Cardoso e Jorge Furtado, faz brincadeiras metalingüísticas e desenvolve situações impagáveis de tão engraçadas. Além do par romântico central, também se destacam no elenco o sempre irrepreensível Marco Nanini, no papel do matador Frederico Evandro, e André Mattos, que interpreta o delegado.