Longa de estreia na direção da roteirista britânica Rebecca Lenkiewicz, Hot Milk tem uma estrutura que não foge muito da que nos acostumamos a ver nas obras que ela escreveu ao longo dos últimos 12 anos. Seu nome se tornou conhecido após Ida, dirigido em 2013 pelo polonês Pawel Pawlikowsk, a partir de um roteiro dele e de Lenkiewicz, conquistar o Oscar de melhor filme internacional. A trama é uma adaptação do livro homônimo de Deborah Levy e gira em torno da relação entre Sofia (Emma Mackey) e sua mãe, Rose (Fiona Shaw). Elas estão na cidade de Alméria, na costa espanhola. Rose é cadeirante em razão de uma inexplicável paralisia e Sofia crê que o doutor Gómez (Vincent Perez), dono de uma clínica local, pode curá-la. A rotina das duas é complicada e carregada de segredos e cobranças. Tudo toma um outro rumo quando entra em cena a misteriosa Ingrid (Vicky Krieps). A partir daí a narrativa adquire uma nova dinâmica, o que faz Hot Milk ganhar força e aumenta nosso interesse em acompanhar aquela história. É visível o empenho da roteirista/diretora em manter nossa atenção e as atrizes à frente do elenco ajudam bastante nesse quesito.
HOT MILK (Austrália/Grécia/Inglaterra 2024). Direção: Rebecca Lenkiewicz. Elenco: Emma Mackey, Fiona Shaw, Vicky Krieps, Vincent Perez, Patsy Ferran e Yann Gael. Duração: 93 minutos. Distribuição: O2 Play.