O cineasta Roberto Rossellini já havia lançado as bases do Neorrealismo italiano quando concluiu sua Trilogia da Guerra, em 1947, com Alemanha, Ano Zero. Primeiro veio Roma, Cidade Aberta, em 1945, precursor do movimento neorrealista, seguido de Paisà, em 1946. O terceiro filme estabelece um diálogo com o primeiro e sai da Itália para a Alemanha. O roteiro, escrito por Rossellini, mostra uma Berlim em ruínas, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Acompanhamos o drama de Edmund (Edmund Moeschke), um garoto pobre de 12 anos que trabalha para ajudar o pai e os irmãos mais novos. Como Rossellini já havia mostrado nos filmes anteriores, em uma guerra, só há perdedores. Especialmente os mais fracos. Alemanha, Ano Zero é um dos muitos pontos altos da carreira do cineasta e tem um dos finais mais impactantes de todos os tempos. Os cenários reais de uma Berlim destruída e um elenco completamente desconhecido reforçam ainda mais o forte caráter antiguerra do filme.