O americano Brian De Palma já dirigia filmes há pouco mais de 15 anos quando teve uma guinada em sua carreira. Como membro de um grupo de cineastas que havia se graduado em Cinema na universidade, ele ainda não era um nome bancável na indústria. Isso começou a mudar em 1976. Foi neste ano que ele realizou duas obras importantes em sua filmografia. Primeiro este Trágica Obsessão, filme brilhante, porém, esquecido. Meses depois veio Carrie – A Estranha, que obteve grande sucesso. Com roteiro de Paul Schrader, que o escreveu a partir de uma ideia dele próprio e de De Palma, Trágica Obsessão talvez seja o filme mais cinematográfico, ou melhor, o filme onde o diretor mais abusa de sua conhecida cinefilia. E não estou me referindo a mais óbvia delas: a paixão do cineasta pela obra de Alfred Hitchcock. Se bem que aqui a citação a Um Corpo Que Cai é mais do que evidente. Mas existem muitas outras. Na trama, Michael Courtland (Cliff Robertson) tem sua vida transformada após a morte de sua esposa e de sua filha. 17 anos depois, sem ter superado esta enorme perda, ele encontra uma mulher que é muito parecida com sua falecida esposa. De Palma lida aqui com o sentimento de culpa e realiza um de seus trabalhos mais românticos. Se é que podemos chamar assim. Trágica Obsessão foge do convencional e nos brinda com uma fotografia espetacular de Vilmos Zsigmond e uma trilha sonora estupenda de Bernard Herrmann. Além, é claro, da inspirada direção de De Palma. Precisa mais?
TRÁGICA OBSESSÃO (Obsession – EUA 1976). Direção: Brian De Palma. Elenco: Cliff Robertson, Geneviève Bujold, John Lithgow, J. Patrick McNamara e Stocker Fontelieu. Duração: minutos. Distribuição: Versátil.
Uma resposta
Obrigatório. Puro e simples assim: obrigatório!