Todos os filmes dirigidos pelo cineasta dinamarquês Lars von Trier deveriam conter um aviso no cartaz e na capa do DVD: “esta obra não permite meio-termo”. Ele, um dos idealizadores do Dogma 95, nos traz em Ondas do Destino um perfeito exemplo da proposta estética e narrativa do movimento. Ele também não parece se preocupar muito com o que as pessoas vão achar de seus filmes. Seu discurso é direto, cru, insano. O roteiro, escrito por von Trier e Peter Asmussen, conta a história de um casal, Jan (Stellan Skarsgard) e Bess (Emily Watson). Eles vivem em um vilarejo no interior da Escócia. Ela tem um pequeno problema mental. Ele trabalha em uma plataforma de petróleo. Os dois adoram sexo. Um acidente muda por completo a vida deles e expôs, sem piedade, toda a hipocrisia da sociedade local, em especial, da igreja. Principalmente, após um pedido que Jan faz a Bess. Como em toda sua filmografia, von Trier é um artista que mantém controle total sobre a história que está contando. Mas, Ondas do Destino não seria o mesmo sem Emily Watson. Sem exagero algum, posso afirmar que ela se apresentou ao mundo com sua Bess e, a partir daí, nós a recebemos de braços abertos.
ONDAS DO DESTINO (Breaking the Waves – Dinamarca 1996). Direção: Lars von Trier. Elenco: Emily Watson, Stellan Skarsgard, Katrin Cartlidge, Jean-Marc Barr, Udo Kier e Adrian Rawlins. Duração: 159 minutos. Distribuição: Versátil/Flashstar.
Uma resposta
O von Trier que mais tenho admiração… o que mais gosto! Deixar o elenco sem marcações fechadas deu ao câmera liberdade de encontrá-los enquadrando o movimento em sua plena naturalidade. E que elenco extraordinário!