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O LOBO DO DESERTO

Quantos filmes produzidos na Jordânia você já viu? Provavelmente, nenhum. Isso reforça a importância de O Lobo do Deserto, filme de estreia do jordaniano Naji Abu Nowar. Trata-se de uma obra que dificilmente seria lançada por aqui, caso não tivesse recebido uma indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Com roteiro do próprio diretor, junto com Bassel Ghandour, acompanhamos a trajetória do jovem Theeb (Jacir Eid Al-Hwietat). A ação se passa no período da Primeira Guerra Mundial. Theeb vive na província de Hejaz com dois irmãos mais velhos. Nowar conduz sua narrativa de maneira simples, porém, segura. O ponto de vista é sempre o do garoto, que enfrenta aqui uma espécie de ritual de passagem. Filmado na mesma região onde David Lean realizou em 1962 o épico Lawrence da Arábia, este O Lobo do Deserto não almeja aquela grandiosidade. Pelo contrário, as belas imagens amplas se contrapõem ao forte apelo intimista da jornada do pequeno Theeb. Há poucos diálogos neste filme que se assemelha em sua estrutura a um típico road movie (filme de estrada), uma vez que nosso herói precisa se descolar pelo deserto. O diretor optou por ter no elenco atores não profissionais, com exceção de Jack Fox, que vive um oficial do exército inglês. E isso, em momento algum, se faz perceber por conta da qualidade dos desempenhos. Há muitas outras questões abordadas nesta pérola cinematográfica. Eu poderia dizer que se trata de um filme obrigatório. Nem que seja só para dizer que você já viu um filme da Jordânia.

O LOBO DO DESERTO (Theeb – Jordânia/Emirados/Qatar/Inglaterra 2014). Direção: Naji Abu Nowar. Jacir Eid Al-Hwietat, Hussein Salameh Al-Sweilhiyeen, Hassan Mutlag Al-Maraiyeh e Jack Fox. Duração: 100 minutos. Distribuição: Paris Filmes.

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