Um dos diretores mais talentosos da nova geração de realizadores brasileiros, Karim Aïnouz nasceu no Ceará, filho de mãe brasileira e pai argelino. Começou a trabalhar com cinema em 1992, dirigindo curtas e documentários. Sua estreia em longas acontece em 2002 com Madame Satã. O roteiro foi escrito por ele, junto com Marcelo Gomes, Sérgio Machado e Maurício Zacharias. Conta uma história que se passa no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, na década de 1930. Somos apresentados a João Francisco dos Santos, também conhecido como Madame Satã, um homem de muitas faces: malandro, artista, cozinheiro, presidiário, negro, pobre e homossexual. Vivido pelo ator Lázaro Ramos, em seu primeiro papel de protagonista no cinema, acompanhamos seu dia-a-dia e sua intimidade. Madame Satã trata do homem antes de ele se transformar em mito. O cinema de Karim Aïnouz situa-se na rara categoria de “inclassificável”. Assim como Almodóvar, suas obras são únicas e marcadas por uma forte carga autoral. Premiado em diversos festivais internacionais, o filme sempre provocou acalorados debates por onde passou, principalmente por causa das fortes cenas de sexo.
MADAME SATÃ (Brasil 2002). Direção: Karim Aïnouz. Elenco: Lázaro Ramos, Marcélia Cartaxo, Flávio Bauraqui, Emiliano Queiroz, Ricardo Blat, Fellipe Marques, Renata Sorrah e Gero Camilo. Duração: 105 minutos. Distribuição: LK-Tel Video.
Uma resposta
A câmera invade a epiderme. Tudo é próximo, tudo nos abraça apertado neste Karim de estréia. Filme de gente grande, eu diria. Feito por gente grande. Imperdível!