O cineasta Paul Verhoeven simplesmente colocou o cinema da Holanda no mapa. Ele, que começou sua carreira em 1960, dirigiu alguns curtas e séries para TV até a estreia com longas em 1971. Louca Paixão, realizado dois anos depois, é seu segundo filme. Com roteiro de Gerard Soeteman, o filme é uma adaptação do famoso livro de Jan Wolkers. Esta obra marca a primeira, de um total de cinco, parcerias do diretor com o ator Rutger Hauer, em começo de carreira, após alguns trabalhos na televisão. Juntos, Verhoeven e Hauer podem ser considerados os dois maiores ícones do cinema holandês. Louca Paixão, como o próprio título já sugere, se concentra no intenso relacionamento entre Eric (Hauer) e Olga (Monique van de Ven). Tudo é explícito aqui. Os diálogos e as cenas de sexo. Verhoeven nunca foi um diretor de meias palavras e certos pudores. Seu cinema é vivo, ousado, transgressor e, por vezes, escatológico. Do tipo “ame-o ou deixe-o”. E no caso de Louca Paixão, além disso, a química que se estabelece entre Eric e Olga dá o tom preciso para a história que está sendo contada. Para quem só conhece Verhoeven de sua fase americana, eis uma excelente porta de entrada para sua filmografia holandesa.
LOUCA PAIXÃO (Turks Fruit – Holanda 1973). Direção: Paul Verhoeven. Elenco: Rutger Hauer, Monique van de Ven, Tonny Huurdeman, Win van den Brink, Hans Boskamp, Dolf de Vries e Manfred de Graaf. Duração: 118 minutos. Distribuição: Versátil.