Prestes a completar 70 anos de sua primeira aparição nos cinemas, o maior dos kaiju ganha uma nova versão à altura de seu legado. Tudo começou em 1954, quando a Toho produziu e Ishiro Honda dirigiu Godzilla. Muitas continuações e refilmagens depois, incluindo aí as versões hollywoodianas sem charme algum, chegamos a Godzilla Minus One, escrito e dirigido por Takashi Yamazaki. A ação começa nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial e avança alguns anos no futuro, mas sempre na segunda metade da década de 1940. Koichi Shikishima (Ryunosuke Kamiki) carrega uma forte culpa do que aconteceu quando de seu primeiro encontro com a monstruoso criatura. De volta à Tóquio ele se descobre sozinho e sem esperança. Até que o gigantesco titã reaparece para destruir tudo. Falando em destruição, o filme de Yamazaki é impecável nesse quesito. E a escala faz jus ao personagem-título. Godzilla Minus One tem de sobra o que sempre faltou às muitas cópias feitas nos Estados Unidos. Os efeitos especiais são primorosos, mas há também uma história a contar. Um drama humano que serve como fio condutor. E isso faz toda a diferença, pois cria vínculos conosco, espectadores. Sem esquecer jamais que se trata, na mesma medida, de um filme de monstro. O maior deles. E monstros destroem o que encontram pela frente. E cá entre nós, é muito bonito de ver. Em tempo: O “menos um” do título tem relação direta com a condição “zero” de um Japão destruído após a guerra. Com a chegada de Godzilla, essa condição ficou negativa.
GODZILLA MINUS ONE (Gojira -1.0 – Japão 2023). Direção: Takashi Yamazaki. Elenco: Ryunosuke Kamiki, Minami Hamabe, Sakura Ando, Kuranosuke Sasaki, Munetaka Aoki, Michael Arias e Yuya Endo. Duração: 124 minutos. Distribuição: Sato Company.