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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

BANCANDO O ÁGUIA

O americano Joseph Frank Keaton Junior, mais conhecido pelo nome artístico de Buster Keaton, foi um dos maiores gênios da comédia do cinema mudo. Seu rosto impassível era sua marca registrada. Para muitos, Keaton foi tão genial quanto Chaplin. A Obras-Primas do Cinema lançou uma caixa especial com 12 filmes e 32 curtas dirigidos por ele entre 1917 e 1928, além de mais de três horas de material extra. O melhor de Keaton está aqui, com destaque para o clássico A General, de 1926, e este Bancando o Águia, de 1924. A história do filme, escrita por Jean C. Havez, Joseph A. Mitchell e Clyde Bruckman, abre com um velho provérbio que diz: “Não tente fazer duas coisas de uma vez e espere fazer justiça a ambas”. A frase tem ligação direta com o projecionista vivido por Keaton que estuda para se tornar um detetive. Daí o título original de Sherlock Jr. Ele é apaixonado por uma garota (Kathryn McGaire) e seu rival (Ward Crane) comete um roubo e o incrimina. De volta ao trabalho, ele sonha que é um grande detetive à frente da investigação do caso. Bancando o Águia é uma comédia bastante avançada para sua época. Keaton faz uso de suas costumeiras expressões e gags, aliadas a exercícios de metalinguagem que não eram comuns naquele tempo. Com isso, ao mesmo tempo em que provoca risos no espectador, promove uma bela homenagem ao próprio cinema. Coisa de gênio. Puro, simples, ousado, engraçado e cativante.

BANCANDO O ÁGUIA (Sherlock Jr. – EUA 1924). Direção: Buster Keaton. Elenco: Buster Keaton, Kathryn McGaire, Joe Keaton, Erwin Connelly, George Davis, Jane Connelly e Ward Crane. Duração: 45 minutos. Distribuição: Obras-Primas do Cinema.

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