Vittorio De Sica é um dos nomes mais importantes do cinema italiano. Seja como ator (participou de mais de 160 filmes) ou diretor (dirigiu 35 longas) ou roteirista (escreveu 23 roteiros). Seus trabalhos à frente das câmeras eram bem diferentes dos que fez atrás delas. Na maioria, comédias, ao contrário dos fortes dramas que realizou. Na primeira metade da década de 1950 ele interpretou um de seus personagens mais populares, o comandante Carotenuto em três filmes: Pão, Amor e Fantasia (1953); Pão, Amor e Ciúme (1954), ambos dirigidos por Luigi Comencini e com Gina Lollobrigida como atriz principal; e este Pão, Amor e…, de 1955, sob a direção de Dino Risi, traz De Sica ao lado de Sophia Loren. Com roteiro de Ettore Maria Margadonna, o mulherengo Antonio Carotenuto (De Sica) se aposenta e volta para Sorrento, sua cidade natal. Lá ele assumirá o comando da guarda municipal. Disposto a não se envolver mais em aventuras amorosas, ele planeja despejar a feirante Sofia que aluga sua casa. O problema é que ela, vivida por Loren, faz de tudo para permanecer no imóvel. Enquanto isso, ele se hospeda na casa de Violante (Lea Padovani), uma bela e rica mulher. As coisas se complicam quando se forma um quatrilho amoroso envolvendo Carotenuto, Sofia, Violante e Nicolino (Antonio Cifariello). Com muito humor, Risi conduz sua narrativa sem muito esforço, afinal, conta com um elenco que possui o ritmo certo para a comédia. Isso faz com que tudo funciona perfeitamente. Em tempo: três anos depois Carotenuto apareceu outra vez no filme Pão, Amor e Andalusia, de Javier Setó, rodado na Espanha e com Carmen Sevilla ao lado de De Sica.
PÃO, AMOR E… (Pane, Amore e… – Itália 1955). Direção: Dino Risi. Elenco: Vittorio De Sica, Sophia Loren, Lea Padovani, Antonio Cifariello, Tina Pica, Mario Carotenuto, Yoka Berretty, Pasquale Misiano e Nino Imparato. Duração: 106 minutos. Distribuição: Netflix.