De 1999 a 2007, a série Família Soprano, criada por David Chase, conquistou o mundo. Ao mesmo tempo revolucionando a televisão a cabo e transformando a HBO na maior potência do segmento ao produzir conteúdo ousado, diversificado e de primeiríssima qualidade. A ação girava em torno de Tony Soprano, papel que consagrou o talento de James Gandolfini. Desde o fim da série houve muita especulação a respeito de um longa-metragem que voltaria ao universo daquele grupo mafioso. E ele veio em 2021 com este Os Muitos Santos de Newark, com roteiro do próprio Chase, junto com Lawrence Konner, e dirigido por Alan Taylor. Só que ao invés de dar continuidade aos eventos já conhecidos, somos levados à infância e adolescência de Tony, vivido quando adolescente pelo próprio filho de James, o ator Michael Gandolfini, de incrível semelhança com o pai. Mas ele não é o protagonista da história, que se passa em Nova Jersey, entre os anos 1960 e 1970. No centro de tudo está Dickie Moltisanti (Alessandro Nivola), tio e grande mentor de Tony. Trata-se, portanto, de uma série de “filme de origem”. Se você tiver visto a série, conhecer aqui o passado das personagens será puro deleite. Mas o filme funciona mesmo que você não conheça nenhuma daquelas pessoas. Inicialmente, David Chase dirigiria o filme, mas terminou entregando a direção a Alan Taylor, diretor recorrente da série. Em tempo: a expressão “muitos santos” é uma tradução do sobrenome italiano de Dickie.
OS MUITOS SANTOS DE NEWARK (The Many Saints of Newark – EUA 2021). Direção: Alan Taylor. Elenco: Alessandro Nivola, Leslie Odom Jr., Jon Bernthal, Vera Farmiga, Ray Liotta, Corey Stoll, Michela De Rossi e Michael Gandolfini. Duração: 120 minutos. Distribuição: HBO Max.