Único filme dirigido pelo ator inglês Charles Laughton, O Mensageiro do Diabo, mesmo passado tanto tempo de sua realização, continua impactante e carregado de originalidade. Baseado no livro de Davis Grubb, o roteiro foi escrito por James Agee e teve revisão feita pelo próprio diretor. A história em si, é bem simples. Ben Harper (Peter Graves, que anos depois ficaria famoso pela série de TV Missão: Impossível) comete um latrocínio, é preso e condenado à morte. Na prisão, ele conhece o falso pastor Harry Powell (Robert Mitchum), um psicopata que tem as palavras “amor” e “ódio” tatuadas nos dedos. Ben revela ter escondido os dez mil dólares do roubo em sua casa. Harry, quando é colocado em liberdade, se aproxima da viúva, Willa (Shelley Winters) e se casa com ela. A intenção é encontrar o dinheiro, que apenas os filhos de Harry sabem onde foi guardado. A direção de Laughton é elegante, criativa e, em alguns momentos, soberbamente assustadora e poética ao mesmo tempo. O filme não foi bem recebido pela crítica e pelo público na época de seu lançamento. Provavelmente por estar bem adiante de seu tempo. Tempo este que serviu para reavaliá-lo e colocá-lo em seu devido lugar, ou seja, como um dos maiores clássicos do cinema nos anos 1950. De quebra, O Mensageiro do Diabo ainda resgata uma das maiores atrizes do cinema mudo e musa do diretor D. W. Griffith, a estupenda Lillian Gish, no papel da senhora Rachel Cooper.