A França tem uma relação mal resolvida com o nazismo e com a Segunda Guerra Mundial. Existem boas dezenas de filme que abordam o período da ocupação. François Truffaut, um dos maiores cineastas franceses de todos os tempos não poderia se esquivar do tema. No entanto, a maneira como ele trata do assunto foge do convencional. E não poderia ser diferente. Truffaut, também autor do roteiro, ao lado de Suzanne Schiffman e Jean-Claude Grumberg, visita a Paris de 1942 com seu olhar único. Em O Último Metrô, o judeu Lucas Steiner (Heinz Bennent) possui um teatro e é obrigado a fugir do país para não ser capturado pelas nazistas. Sua mulher, Marion (Catherine Deneuve), que é atriz, passa a dirigir também o teatro e, para mantê-lo “vivo”, monta uma nova peça e contrata o ator Bernard Granger (Gérard Depardieu) para o papel principal. Truffaut faz uso novamente da metalinguagem, o mesmo artifício que havia utilizado em A Noite Americana. A diferença é que o foco agora é o teatro e não o cinema. Há um jogo de esconde-esconde que funciona muito bem e o diretor tira todo o proveito do cenário. Como todo filme de Truffaut, o amor tem papel fundamental na trama. E é isso que importa. O resto, é mero pano de fundo.
O ÚLTIMO METRÔ (Le Dernier Métro – França 1980). Direção: François Truffaut. Elenco: Catherine Deneuve, Gérard Depardieu, Jean Poiret, Heinz Bennent, Andréa Ferréol, Paulette Dubost, Sabine Haudepin, Jean-Louis Richard, Maurice Risch e Martine Simonet. Duração: 130 minutos. Distribuição: Versátil.
Uma resposta
Não há muito o que adicionar. O Marden foi preciso na frase: “todo filme de Truffaut, o amor tem papel fundamental na trama.”. É isso. O que mais? ASSISTA!