No cinema, assim como no mundo das artes em geral, existem trabalhos autorais e trabalhos feitos por encomenda. Curiosamente, nem sempre algo autoral se revela genial e muitas vezes algo encomendado se transforma em uma obra de arte. Quando o cineasta holandês Paul Verhoeven foi convidado no final de 1999 para dirigir O Homem Sem Sombra, ele que vinha de dois fracassos autorais aceitou o convite para continuar ativo na indústria hollywoodiana. O roteiro de Andrew W. Marlowe, escrito a partir de uma história criada por ele junto com Gary Scott Thompson, moderniza o clássico livro de H.G. Wells. Tudo começa em um laboratório militar ultrassecreto liderado pelo cientista Sebastian Craine (Kevin Bacon), onde está sendo testado um soro da invisibilidade. A ânsia por resultados faz com que Craine teste a fórmula nele próprio. Mesmo que ainda não tenha sido desenvolvido um antídoto para reverter o processo. É claro que as coisas fogem do controle, por conta de um efeito colateral do soro, o que faz com que a vida dos envolvidos passe a correr perigo. Apesar de Verhoeven não ter gostado muito do resultado do filme, O Homem Sem Sombra tem momentos de grande impacto e mantém nosso interesse no que acontece em cena do início ao fim. Sem contar os ótimos efeitos especiais e a presença de Kevin Bacon, que expressa como poucos bondade e maldade no olhar sempre que necessário.
O HOMEM SEM SOMBRA (Hollow Man – EUA 2000). Direção: Paul Verhoeven. Elenco: Kevin Bacon, Elisabeth Shue, Josh Brolin, Kim Dickens, Greg Grunberg, Joey Stotnick, Mary Randle e William Devane. Duração: 112 minutos. Distribuição: Columbia.
