Nascido na Turquia, filho de gregos, Elia Kazan migrou para os Estados Unidos com sua família ainda muito jovem. Na primeira metade dos anos 1940 ganhou fama como diretor teatral na Broadway e foi, junto com Lee Strasberg, um dos fundadores do Actors Studio. O cinema foi um caminho natural, onde estreou em 1945. A Luz é Para Todos, de 1947, é seu quarto longa. Considerado muito ousado para a época, o roteiro, escrito por Moss Hart, que por sua vez é uma adaptação do romance de Laura Z. Hobson, aborda o tema do antissemitismo. O repórter Philip Green (Gregory Peck), se faz passar por judeu para escrever uma matéria sobre o assunto. Isso o torna alvo de ódio e preconceito. O mais curioso é que esse filme foi lançado apenas dois anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Kazan demonstra completo domínio narrativo e conduz uma trama carregada de tensão. Este filme deu ao diretor seu primeiro Oscar, o que fez com que sua carreira se consolidasse em Hollywood, até seu envolvimento no processo do Macartismo (caçada anticomunista empreendida pelo senador Joseph McCarthy), quando apresentou alguns nomes de colegas ao Comitê. A Luz é Para Todos recebeu oito indicações ao Oscar e ganhou três: melhor filme, direção e atriz coadjuvante para Celeste Holm, que no filme faz o papel da editora de moda Anne Dettrey.