O dramaturgo americano David Mamet, antes de estrear como diretor em 1987, se notabilizou pelos roteiros que havia escrito. Entre eles, três irrepreensíveis: O Destino Bate à Sua Porta, O Veredicto e Os Intocáveis. Isso lhe deu cacife para dirigir O Jogo de Emoções, com roteiro dele próprio. A trama gira em torno de Margaret Ford (Lindsay Crouse, na época esposa de Mamet). Ela é uma psicóloga renomada. Autora de um livro sobre comportamento compulsivo. Depois de ter ajudado um de seus pacientes que estava cheio de dívidas de jogo, ela se descobre encantada com aquele mundo. Isso a aproxima de Mike (Joe Mantegna), que a conduz pelo mundo da “casa de jogos”, título original do filme. Além de excelente roteirista, Mamet se revela um ótimo diretor de atores. E também um astuto articulador da narrativa cinematográfica. Há aqui uma mistura de gêneros que passam do drama ao suspense com pitadas de policial. Como se fosse uma partida de xadrez, onde o melhor estrategista está sempre em vantagem. Não foi por acaso que O Jogo de Emoções ganhou os prêmios de melhor filme e melhor roteiro no Festival de Veneza de 1987.
O JOGO DE EMOÇÕES (House of Games – EUA 1987). Direção: David Mamet. Elenco: Lindsay Crouse, Joe Mantegna, Ricky Jay, Mike Nussbaum, Lilia Skala, J.T. Walsh, Jack Wallace e Willaim H. Macy. Duração: 102 minutos. Distribuição: Versátil.
Uma resposta
Um Mamet em um dos seus mais belos momentos.