A roteirista, quadrinista e diretora iraniana Marjane Satrapi, atualmente residindo em Paris, chamou a atenção do mundo quando escreveu e desenhou uma HQ autobiográfica, Persépolis, no ano 2000. Sete anos depois, ela própria adaptou a obra para o cinema, junto com Vincent Paronnaud, e deu início à carreira de cineasta. Radioactive, de 2019, é seu quinto longa. O roteiro de Jack Thorne é uma adaptação do livro de Lauren Redniss que trata da biografia de Marie Curie (Rosamund Pike), cientista polonesa radicada na França que descobriu com o marido, Pierre Curie (Sam Riley), dois novos elementos químicos, o rádio e o polônio, e deram início ao uso da radioatividade. Satrapi conta sua história de maneira linear e faz uso, em certos momentos, de fast forward, recurso oposto ao flashback, que ao invés de ir para trás, vai para a frente e revela aplicações futuras decorrentes das descobertas do casal de cientistas. Radioactive não traz novidade alguma em termos narrativos. Pelo contrário, sua estrutura é bastante acadêmica. Seu maior valor é lançar luz novamente sobre a vida de Marie Curie, uma das mentes mais brilhantes do século XX e, sem exagero, de toda a História da humanidade.
RADIOACTIVE (Inglaterra/França/EUA/China/Hungria 2019). Direção: Marjane Satrapi. Elenco: Rosamund Pike, Sam Riley, Simon Russell Beale, Aneurin Barnard, Drew Jacoby, Sian Brooke e Anya Taylor-Joy. Duração: 109 minutos. Distribuição: Netflix.
