É no mínimo curiosa a maneira como foi realizado este filme sobre a vida de um dos ícones da música francesa, Serge Gainsbourg. Dono de personalidade e talento multi-facetados, um filme sobre sua vida era esperado há bastante tempo. Coube a Joann Sfar, um autor consagrado de histórias-em-quadrinhos, levar para as telas essa história em Gainsbourg – O Homem Que Amava as Mulheres. O subtítulo nacional remete a um outro filme dirigido por François Truffaut. O original poderia ser traduzido como “vida heróica”. Apesar da pouca experiência com cinema, Sfar aplicou bem as lições que aprendeu trabalhando com quadrinhos. O filme tem ritmo e esbanja criatividade ao nos apresentar um período considerável da vida de Gainsbourg, vivido pelo ator Eric Elmosnino. Em especial, as duas grandes paixões de sua vida: Brigitte Bardot (Laetitia Casta) e Jane Birkin (Lucy Gordon), mãe de sua filha, a atriz e cantora Charlotte Gainsbourg. Não se trata de um filme fácil. O roteiro, escrito pelo próprio diretor, não faz concessões nem apresenta soluções rasteiras. O diretor consegue transmitir toda a complexidade de um artista que viveu com muita intensidade todas as suas paixões e vícios.