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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

FRANCISCO: ARAUTO DE DEUS

O cineasta Roberto Rossellini foi um dos criadores do movimento conhecido como Neo-Realismo Italiano, quando dirigiu Roma: Cidade Aberta, em 1945. O mais curioso ao analisarmos sua filmografia é constatar a dualidade presente nos temas de seus trabalhos. Muitos deles contém forte teor político, enquanto outros tratam de assuntos e pessoas ligadas ao Cristianismo. Rossellini não era um católico, digamos assim, dos mais praticantes. No entanto, seus filmes religiosos são de uma candura sem igual. O melhor exemplo é Francisco: Arauto de Deus, que ele realizou sobre a vida do mais popular dos santos católicos. O roteiro, escrito pelo próprio Rossellini, contou com a colaboração de Federico Fellini e de dois padres e se inspirou em um livro do século XV. A história de São Francisco de Assis poderia se transformar em um filme piegas e adocicado. Elementos para isso não faltam. O filme narra diversas passagens da vida do santo e o faz de maneira simples e singela. Utilizando monges e atores não profissionais, no melhor estilo neorrealista, Rossellini nos apresenta um homem iluminado e que tem o dom de despertar o melhor que existe dentro das pessoas que o rodeiam. Francisco: Arauto de Deus fala de religiosidade, sem “ranços” doutrinários. E isso, faz toda a diferença.
FRANCISCO: ARAUTO DE DEUS (Francesco: Giullare di Dio – Itália 1950). Direção: Roberto Rossellini. Elenco: Aldo Fabrizi, Gianfranco Bellini, Peparuolo, Severino Pisacane e Roberto Sorrentino. Duração: 75 minutos. Distribuição: Versátil.

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