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FERRARI

Michael Mann é um dos grandes cineastas norte-americanos. Sua filmografia comprova isso. Sem filmar desde 2015, quando realizou Hacker, ele agora nos traz Ferrari, um projeto acalentado durante três décadas. O roteiro, escrito por Troy Kennedy Martin, adapta o livro Ferrari: O Homem Por Trás das Máquinas, de Brock Yates, publicado em 1991. Aqui é feito um recorte bem interessante, o do ano de 1957, extremamente marcante na trajetória do “commendatore” Enzo Anselmo Giuseppe Maria Ferrari (Adam Driver), fundador da fábrica de veículos que leva seu sobrenome e que revolucionou a indústria automotiva e as corridas de Fórmula 1. Mann é um diretor de mão firme, segura e não é diferente nesse trabalho há tanto planejado. No entanto, Ferrari se revela uma obra irregular em ritmo e propósito. A figura imponente de Enzo, sempre de óculos escuros, é forte o bastante para intimidar seus concorrentes. Mas o filme carece de uma melhor construção de sua personalidade. Há muitos elementos soltos em relação a isso sem que haja uma integração para que tudo flua de maneira mais orgânica. Uma frase dita por ele à certa altura, “eles correm para vender carros, eu vendo carros para correr”, resume bem sua postura, porém, fica só nisso. O “dito” pelo “não visto”. Apesar do bom elenco e da ótima premissa, Ferrari não “acelera”.

FERRARI (EUA/Inglaterra/Itália/China 2023). Direção: Michael Mann. Elenco: Adam Driver, Penélope Cruz, Shailene Woodley, Patrick Dempsey, Gabriel Leone, Jack O’Connell, Sarah Gadon, Derek Hill e Massi Furlan. Duração: 130 minutos. Distribuição: Diamond Films.

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