Considerado “o mais japonês dos cineastas”, Yasujiro Ozu é dono de uma extensa e fundamental filmografia. Influente tanto em seu país como no resto do mundo, o diretor tem um estilo bastante pessoal e carregado de um perfeccionismo ímpar. Principalmente, na altura em que posiciona a câmara, sempre no mesmo nível de alguém de joelhos em um tatame. E no tipo de lente que usa, uma 50 mm, que é a mais próxima do olho humano. Seus filmes são obrigatórios para os amantes da sétima arte. Ervas Flutuantes, que ele dirigiu em 1959, teve o roteiro escrito por ele, junto com Kogo Noda. Trata-se de uma refilmagem de Uma História de Ervas Flutuantes, que ele havia filmado em 1934. Tudo gira em torno de uma companhia de teatro kabuki e sua passagem por uma cidadezinha do interior do Japão. Kamajuro (Ganjiro Nakamura), mestre da trupe, guarda um segredo do passado. Segredo este que vem à tona no presente e move a história. Ozu é um cineasta de movimentos delicados, muitas vezes contemplativos. A sensível beleza das imagens nos transporta para um mundo de puro encantamento. Ervas Flutuantes, como quase todos os filmes deste genial cineasta japonês, lida com questões familiares. Ninguém melhor que ele para tratar destas questões.
ERVAS FLUTUANTES (Ukigusa – Japão 1959). Direção: Yasujiro Ozu. Elenco: Ganjiro Nakamura, Machiko Kyô, Ayako Wakao, Hiroshi Kawaguchi, Haruko Sugimura, Hitomi Nozoe e Chishû Ry. Duração: 119 minutos. Distribuição: Versátil.
Uma resposta
Yasujiro Ozu, eis um MESTRE com todas as letras graúdas.