O cineasta Robert Rossen nasceu nos Estados Unidos, filho de pai russo. Cresceu em Nova York, onde começou sua carreira artística no início dos anos 1930, escrevendo peças de conteúdo político para o circuito Off-Broadway. Em 1936 foi contratado como roteirista pela Warner Bros. e se mudou para Los Angeles onde estreou na direção dez anos depois. Seus filmes mais conhecidos são A Grande Ilusão, de 1949, e este Desafio à Corrupção, de 1961. Curiosamente, os dois são marcantes na filmografia do diretor. Entre um e outro, Rossen sofreu perseguição ferrenha do Comitê de Caça aos Comunistas, liderado pelo senador Joseph McCarthy ao longo dos anos 1950. O roteiro de Desafio à Corrupção tem por base o romance escrito por Walter Tevis e foi adaptado pelo próprio Rossen, junto com Sidney Carroll. O filme conta a história de Eddie Felson (Paul Newman), um jovem e talentoso jogador de sinuca, que perde tudo por causa de sua postura arrogante e destrutiva. Assim como a maioria dos filmes que tratam de boxe não serem efetivamente sobre boxe, este não é um filme sobre mesas de sinuca. Mas a metáfora que o jogo propicia está presente e é muito bem usada. Felson precisa renascer e se reinventar. E Paul Newman “empresta” todo seu carisma a este papel que consolidou sua condição de astro. Uma curiosidade: Newman foi indicado ao Oscar de melhor ator por este trabalho e não levou. 25 anos depois, quando Martin Scorsese trouxe Felson de volta em A Cor do Dinheiro, o ator finalmente ganhou o prêmio.