Nos últimos anos tem se falado muito de representatividade política. Mas o que seria isso mesmo? Trata-se de ter um representante eleito através do voto para defender os interesses de diferentes grupos sociais minoritários pautado sempre pelo princípio da igualdade e da dignidade da pessoa humana. Corpolítica, com produção do ator Marco Pegossi e direção e roteiro de Pedro Henrique França, é um documentário que acompanha a campanha eleitoral de 2020 no Brasil, ano que teve um número recorde de candidaturas LGBTQIA+, em contraste com a postura extrema direitista do governo federal de então. Dentre os depoentes se destacam Erika Hilton, Monica Benicio (viúva de Marielle Franco), Andréa Bak e William De Lucca, que concorreram ao cargo de vereador nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. A partir de depoimentos pessoais e contundentes, é quase impossível não ter empatia pela causa defendida aqui. A não ser, obviamente, se você for alguém intolerante e, consequentemente, reacionário. O que essas pessoas reivindicam é algo que, em uma sociedade mais justa, nem precisaria de reivindicação. É pedir demais almejar o direito de plenamente ser quem é e ter o respeito igual ao de um outro ser humano? Parece justo e é justo, certo? Mas muitos ainda não enxergam dessa forma e obras como Corpolítica servem para debater essa triste situação que precisa acabar para que possamos um dia viver em uma sociedade verdadeiramente igualitária e, portanto, democrática.
CORPOLÍTICA (Brasil 2022). Direção: Pedro Henrique França. Documentário. Duração: 102 minutos. Distribuição: Vitrine Filmes.