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AS HORAS

Quem leu o livro As Horas, escrito por Michael Cunningham, teve certamente a sensação de que se tratava de uma obra infilmável. O roteirista David Hare conseguiu o que parecia impossível, e o diretor Stephen Daldry, que vinha do sucesso de Billy Elliot, transformou tudo em imagens. O filme As Horas, assim como o livro, não é fácil. Tudo gira em torno de três mulheres, que vivem em três épocas e lugares diferentes. Em comum: todas elas são marcadas por uma mesma obra literária, o livro Mrs. Dalloway. Nos anos 1920, na Inglaterra, acompanhamos a escritora Virginia Woolf (Nicole Kidman), autora do livro em questão, enfrentando uma crise de depressão e com fortes idéias de suicídio. No final dos anos 1940, na Califórnia, conhecemos Laura Brown (Julianne Moore), uma dona de casa que está grávida e planeja uma festa de aniversário para o marido, ao mesmo tempo em que não consegue parar de ler o livro escrito por Woolf. Nos dias de hoje, em Nova York, vive Clarissa Vaughn (Meryl Streep), uma editora de livros que é chamada pelo melhor amigo de “senhora Dalloway”. Fazendo um uso inteligente de elementos metalingüísticos e misturando as histórias de maneira soberba, Daldry realiza um filme que consegue dialogar em diferentes níveis. É rico em citações literárias e dramático no trato que dispensa aos relacionamentos das personagens. O diretor também deu espaço para três grandes atrizes brilharem sem ofuscar umas as outras. Sem esquecer da bela trilha sonora composta por Philip Glass. Uma curiosidade: Preste atenção como Virginia vai guardando pedras no bolso ao longo do filme.
AS HORAS (The Hours – EUA 2002). Direção: Stephen Daldry. Elenco: Meryl Streep, Nicole Kidman, Julianne Moore, Ed Harris, Toni Collette, Claire Danes, Jeff Daniels, Stephen Dillane, Allison Janney e John C. Reilly. Duração: 114 minutos. Distribuição: Imagem Filmes.

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Respostas de 5

  1. Hoje tenho até uma certa vergonha em assumir, mas reconheço que só assisti a “As Horas” por obrigação, durante a especialização em cinema. Além de ter visto uma jóia do cinema, é mais uma prova de que devemos nos despir de todo e qualquer tipo de preconceito se queremos mergulhar no oceano da arte.

  2. Eu simplesmente amo esse filme. Não é fácil. É muito duro, no sentido que mostra a tristeza mais profunda das personagens. Mas, é simplesmente poético. Vi umas quatro vezes: no cinema, e no vídeo. Recomendo.

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