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A DOCE VIDA

Federico Fellini esteve na gênese do Neo Realismo italiano, quando escreveu junto com Roberto Rossellini e Sergio Amidei o roteiro de Roma – Cidade Aberta. Seus primeiros trabalhos como diretor seguiram o modelo neo realista, porém, foi a partir de A Doce Vida, realizado em 1960, que Fellini se libertou por completo e tornou-se o artista que conhecemos hoje. Neste filme acompanhamos a história de Marcello, interpretado de maneira memorável por Marcello Mastroianni, um jornalista que vive sempre rodeado de celebridades e milionários que circulam pela badalada Via Veneto. Nesse mundo cheio de flashes das câmaras dos fotógrafos, tudo é aparência e ele sente crescer cada vez mais um vazio existencial. Nada parece ter sentido. Mas Fellini não se prende apenas no drama de Marcello. Existem muitas outras histórias que seguem em paralelo traçando um rico painel da consumista e fútil sociedade italiana do pós-guerra. Carregado de belas e simbólicas imagens, A Doce Vida faz uma análise ao mesmo tempo irônica, sarcástica, cínica e esperançosa da vida de suas personagens. E de quebra, ainda nos presenteia com uma das mais icônicas seqüências da história do cinema: Sylvia Rank, estonteantemente interpretada por Anita Ekberg, vestindo um lindo longo preto e tomando banho na Fonte de Trevi.
A DOCE VIDA (La Dolce Vita – Itália 1960). Direção: Federico Fellini. Elenco: Marcello Mastroianni, Anita Ekberg, Anouk Aimée, Yvonne Furneaux, Alain Cuny e Magli Noel. Duração: 173 minutos. Distribuição: Versátil.

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