É possível realizar um filme de ficção-científica com baixo orçamento e, ainda assim, torná-lo interessante? A resposta é sim. E ela vale para qualquer gênero cinematográfico. A ênfase do sim fica mais evidente em se tratando de um tipo de filme que costuma ser associado a cenários fantásticos, raios laser e naves espaciais. Nada disso mostrado em A Outra Terra. E realmente, não precisa. O roteiro, escrito pela atriz Brit Marling em parceria com o diretor Mike Cahill, gira em torno de uma redentora segunda chance que muitos seres humanos almejam obter em suas vidas. Rhoda Williams (Marling) estuda astrofísica e fica encantada com a divulgação da notícia que fala da existência de uma outra Terra. Certa noite, enquanto dirigia seu carro e não tirava os olhos do novo planeta, ela termina batendo seu carro em um outro dirigido pelo compositor John Burroughs (William Mapother). Algum tempo depois, Rhoda espera ter uma segunda chance para refazer sua vida. A Outra Terra foi premiado no Festival de Sundance, palco maior do cinema independente. Cahill conduz sua obra sem maiores sobressaltos. A carga emocional fica por conta da dupla principal. Marling e Mapother (primo de Tom Cruise na vida real), nos convencem por inteiro do grande peso que trazem no peito e na alma. Só isso, já justificaria a conferida.