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SEM MEDO DE VIVER

O avião, apesar de estatisticamente ser o meio de transporte mais seguro que existe, ainda causa muito medo nas pessoas. Filmes sobre acidentes aéreos então, são como pesadelos. Sem Medo de Viver, de Peter Weir, é sobre um avião que cai. Mas isso, não é o foco principal do filme. É só o pretexto para uma profunda discussão sobre o valor da vida. Na trama, o arquiteto Max Klein, interpretado por Jeff Bridges, é um dos poucos sobreviventes de um desastre aéreo. A experiência de quase-morte muda completamente sua maneira de encarar as coisas do seu cotidiano, sejam elas suas relações com os colegas de trabalho, com os amigos e com a família. Ele agora não tem medo de nada, daí o título original Fearless (sem medo). Uma outra sobrevivente, Carla Rodrigo (Rosie Perez), perdeu o filho pequeno no acidente e se sente culpada e devastada por isso. Max se aproxima dela para tentar ajudá-la a superar essa dor imensa. O tema parece pesado, e é pesado. O diretor não mascara nada. Ao mesmo tempo, o filme tem uma leveza e é cheio de esperança, de carinho, de amor pela vida. Impossível não se emocionar com a maneira com que o ator Jeff Bridges se entrega ao papel de Max. Além dele e de Rosie Perez, outro grande destaque é John Turturro, que faz o psicólogo. Sem Medo de Viver não teve a acolhida que merecia de público e crítica. Essa indiferença fez com que Peter Weir ficasse cinco anos sem filmar.
SEM MEDO DE VIVER (Fearless – EUA 1993). Direção: Peter Weir. Elenco: Jeff Bridges, Isabella Rossellini, Rosie Perez, Tom Hulce, John Turturro, Benicio Del Toro, Deirdre O’Connell, John de Lancie, Spencer Vrooman, Daniel Cerny e Eve Roberts. Duração: 122 minutos. Distribuição: Warner.

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Respostas de 2

  1. Peter Weir é um extraordinário contator de histórias. Tem o domínio do tempo como poucos e move sua narrativa nos detalhes, seja através da performance do elenco, seja na mise-en-scène precisa. Fearless é uma pérola – ainda por ser revista pelo público e crítica.

  2. Esse filme me lembra um evento curioso.:10 anos atrás havia um colega no meu trabalho que não curtia cinema (por exemplo, achou O Sr. dos Anéis abominável), e um dia ele chegou falando desse filme. Insistiu para que eu visse. Ele já havia visto diversas vezes – o havia TOCADO. Esse é um exemplo da força do cinema, quando um filme que pega na alma da gente. Parafraseando o Douglas, algumas obras realmente merecem um novo olhar – e Fearless é uma delas.

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