O roteirista e diretor gaúcho Davi Pretto começou sua carreira no audiovisual em 2007 dirigindo curtas. Sete anos depois, com Castanha, estreou na direção de longas. Rifle, de 2016, é seu segundo filme. O roteiro, escrito por Pretto ao lado de Richard Tavares, é uma espécie de “neo-western” que se passa nos pampas do Rio Grande do Sul. Tudo gira em torno do enigmático Dione (Dione Ávila de Oliveira), que mora com uma família em uma fazenda remota da região. O local parece ser bem tranquilo e isolado. Até o dia em que um homem aparece querendo comprar aquelas terras. A partir daí, Dione não se separa mais de seu rifle e passa a defender seu “território” dos supostos invasores. Há uma regra que diz que para nos envolvermos com uma história é preciso que nos identifiquemos com algum personagem. Bem, apesar do apuro visual e ótimo desenho de som de Rifle, é muito difícil nos identificarmos com o Dione. E não é pelo mistério em torno dele. Isso poderia até ser um atrativo. Mas as motivações que podem ser a razão de seu comportamento são difusas e, em muita medida, egoístas. E isso, no final, me deixou indiferente.
RIFLE (Brasil/Alemanha 2016). Direção: Davi Pretto. Elenco: Dione Ávila de Oliveira, Andressa Nogueira Goularte e Evaristo Pimentel Goularte. Duração: 88 minutos. Distribuição: Vitrine Filmes.