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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

PLANO-SEQUÊNCIA DOS MORTOS

Quando escreveu e dirigiu Plano-Sequência dos Mortos, em 2017, o japonês Shin’ichiro Ueda vinha da experiência de ter realizado alguns curtas. Esta sua estreia em longas trouxe alguns desafios. O principal deles o baixíssimo custo de produção, cerca de 25 mil dólares. Um orçamento muito pequeno no Japão ou em qualquer outro lugar do mundo. Para surpresa geral, inclusive de Ueda, o filme faturou quase 30 milhões de dólares nas bilheterias e se tornou cult. Temos aqui um criativo, radical e divertido exercício de metalinguagem sem igual na História do Cinema. A ação acontece quase que inteiramente dentro de um galpão abandonado onde um cineasta grava um filme de terror com zumbis. A ideia é filmar em tempo real. As coisas complicam quando a equipe é atacada por zumbis de verdade. E para piorar ainda mais o diretor quer aproveitar aquela inusitada situação e registrar tudo. Plano-Sequência dos Mortos é, em uma única palavra, simplesmente insano. Apesar de parecer barato e mal feito, e de uma certa forma é, o filme é muito mais do que aparenta ser. Há uma riqueza de ideias que talvez não sejam percebidas à primeira vista. Pode acreditar que se trata de uma obra que cresce positivamente a cada nova visita que fazemos a ela. E isso não é fácil de se conseguir. Muito pelo contrário. Em tempo: Michel Hazanavicius, diretor francês do premiado O Artista, refilmou essa história em 2022 com o título de Coupez!, no entanto, sem o mesmo brilho do original.

PLANO-SEQUÊNCIA DOS MORTOS (Kamera o Tomeru Na – Japão 2017). Direção: Shin’ichiro Ueda. Elenco: Takayuki Hamatsu, Yuzuki Akiyama, Harumi Shuhama, Kazuaki Nagaya, Hiroshi Ichihara e Yoshiko Takehara. Duração: 96 minutos. Distribuição: Spamflix.

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