O sonho americano de se fazer sozinho. Isso já rendeu grandes histórias para o cinema. O Abutre é apenas mais um bom exemplo. No entanto, e aqui está o diferencial desta estreia na direção do roteirista Dan Gilroy, O Abutre está mais próximo do pesadelo americano. Tudo começa quando Louis Bloom (Jake Gyllenhaal), que vive de pequenos furtos, não consegue um emprego formal. Um acidente de estrada o coloca em contato com o mundo cão do jornalismo criminal. Ele então, com uma câmara na mão, passa a “cobrir” as madrugadas de Los Angeles, gravando imagens de acidentes de trânsito, além de alguns crimes típicos de uma cidade grande. Bloom vende seu material para uma TV local. O Abutre é um filme seco, direto e forte, tipo um soco no estômago. Gilroy, também autor do roteiro, é preciso na condução desta história que, mesmo beirando a crueldade, tem em Gyllenhaal um ator tão carismático que é difícil não torcer por ele. O cuidado do diretor com os detalhes se faz notar quando vemos o apartamento de Bloom. Preste atenção na impessoalidade da decoração, que revela muito do caráter do protagonista.
O ABUTRE (Nightcrawler – EUA 2014). Direção: Dan Gilroy. Elenco: Jake Gyllenhaal, Rene Russo, Bill Paxton, Kevin Rahm e Riz Ahmed. Duração: 117 minutos. Distribuição: Paris Filmes.
Uma resposta
soco no estômago define bem, Marden. Louis Bloom me deixou apavorada. quando o filme terminou, estava doída, torta no sofá, sem me mexer sabe Deus há quantos minutos, tensa. inacreditável pensar que é o mesmo ator de Príncipe da Pérsia. e não digo só pelo bronzeado rsrs.