Viagem no tempo é um dos temas mais caros da literatura e do cinema de ficção-científica. Um tema que já foi tão explorado que fica difícil surgir algo novo, criativo, original. Coube ao roteirista e diretor americano Rian Johnson trazer essa nova luz com o filme Looper – Assassinos do Futuro. Em qualquer trama que se passe no futuro, o objetivo número um é conseguir passar para o leitor/espectador a sensação de que aquele mundo existe de verdade. Vencida essa etapa, a história precisa ter personagens convincentes e, se possível, ser complexa sem ser confusa. Se conseguir estimular nossa mente, ótimo. Se ainda ter boas doses de ação, melhor ainda. Looper tem tudo isso. No mundo mostrado no filme, a viagem no tempo existe e a narrativa se divide em dois períodos: 2044 e 2074. No futuro desse futuro, a máfia não tem como eliminar os corpos de suas vítimas e/ou desafetos. Para conseguir isso, essas pessoas são enviadas 30 anos no passado, onde são assassinadas pelos “loopers”, que cuidam também da “desova” dos corpos. Um desses profissionais é Joe (Joseph Gordon-Levitt), que leva, digamos assim, uma vida de sonho. Até o dia em que descobre que sua vítima é, na verdade, ele mesmo, trinta mais velho, no caso, Bruce Willis. Looper é um filme difícil de resumir, mas, muito prazeroso de ver. Em uma indústria como a hollywoodiana, que pouco investe em novas idéias, é saudável perceber que Rian Johnson conseguiu escrever e dirigir um filme original dentro desse esquema de produção onde imperam as franquias e as refilmagens. Looper não é inteiramente perfeito. Porém, possui a coragem de procurar um caminho novo, uma narrativa diferente para contar sua história. Sem contar que o elenco não poderia ter sido melhor escolhido.