Howard Hawks é um dos grandes diretores da era de ouro de Hollywood. Dono de uma filmografia repleta de obras-primas, mesmo seus filmes pequenos são grandes. Como é o caso de Hatari!. Porém, é conveniente explicar o sentido de “pequeno” que ele tem. Hawks queria contar uma história a partir de cenas de caça. Nas mãos de um cineasta menos talentoso, o filme se transformaria em um colagem de sequências de ação entremeadas com um fiapo de história. Não é o que acontece. O roteiro de Leigh Brackett e Harry Kurnitz é um primor de simplicidade. Acompanhamos um grupo que vai até a África para caçar animais selvagens. Liderada por Sean Mercer (John Wayne), a equipe trabalha para suprir a demanda de zoológicos do mundo inteiro. Certo dia, aparece a fotógrafa Dallas (Elsa Martinelli), e as coisas mudam por inteiro. Hatari!, que significa “perigo”, em Swahili, faz jus ao título que tem. É como andar em uma montanha-russa. Hawks filma na base do “improviso” e prova que é possível ser criativo, ousado e experimental trabalhando dentro de um esquema rígido como era o da época. No final, o resultado é um filme empolgante, extraordinário e espetacular. Para ver, rever e rever. Sempre!
HATARI! (Hatari! – EUA 1962). Direção: Howard Hawks. Elenco: John Wayne, Hardy Krüger, Elsa Martinelli, Red Buttons, Gérard Blain, Bruce Cabot e Eduard Franz. Duração: 159 minutos. Distribuição: Paramount.