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FÉ E FÚRIA

O livro Unidade: Os Princípios Comuns a Todas as Religiões, de Jeffrey Moses, lançado no Brasil pela Editora Sextante, como o próprio subtítulo adianta, revela 64 princípios que são comuns nas diferentes tradições religiosas existentes no planeta. Em resumo, as religiões pregam a paz, a dignidade e a compaixão. Está explícito em nossa Constituição Federal, em seu artigo 5º, parágrafo VI, ser “inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias”. No entanto, infelizmente, não é isso que vemos acontecer no Brasil e em muitas outras partes do mundo. É justamente sobre esse tema da intolerância religiosa que o cineasta mineiro Marcos Pimentel trata em Fé e Fúria, de 2019. Essa intolerância, seguida na maioria das vezes de violência, se volta principalmente contra as religiões de matriz africana. O documentário nos leva aos subúrbios do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte, especialmente as favelas e regiões mais pobres dessas cidades, onde essas agressões se concentram com mais intensidade e estão ligadas, em grande parte, ao crescimento das igrejas evangélicas e à disputa de poder dos traficantes dessas comunidades. A religião, ou melhor, a religiosidade deveria ser algo pessoal e livre de qualquer contestação ou interferência de quem quer que seja. E Pimentel toca na ferida e aperta fundo ao explicitar as razões, infundadas, para tanto ódio contra aqueles que pensam diferente. Fé e Fúria é mais que relevante. É urgente.

FÉ E FÚRIA (Brasil 2019). Direção: Marcos Pimentel. Documentário. Duração: 103 minutos. Distribuição: Embaúba Filmes.

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