Era uma vez um menino italiano chamado Sergio. Filho de pai produtor de cinema e mãe atriz. Seu destino já estava meio que traçado e desde muito cedo ele começou a trabalhar com filmes. Primeiro, como auxiliar de produção, depois como assistente de direção e, por fim, como diretor. Na primeira metade dos anos 1960, Sergio Leone chamou a atenção de todo mundo ao reinventar o faroeste americano com o filme Por Um Punhado de Dólares. Nascia aí o western spaghetti. Após dirigir quatro faroestes seguidos, Leone queria mudar de gênero e tinha dois grandes projetos em mente: refilmar … E o Vento Levou e dirigir um épico sobre os Estados Unidos. O primeiro, ficará para sempre no imaginário dos cinéfilos de todo o mundo. O segundo, ele conseguiu realizar no início dos anos 1980, Era Uma Vez na América. Ao contrário das personagens retratadas por Francis Ford Coppola em O Poderoso Chefão, os mafiosos de Leone são judeus. A história se concentra na amizade de Noodles (Robert De Niro) e Max (James Woods), que começa quando os dois ainda eram crianças e continua até a vida adulta, acompanhando a vida deles e de seu grupo de amigos. São cinco décadas da história americana recente filtrada pelo olhar aguçado de um diretor de estilo impecável. Dentre as inúmeras cenas antológicas, uma delas merece destaque por conta de sua beleza plástica e sensibilidade. Em certo momento do filme, um grupo de garotos vai até um prostíbulo e um deles carrega uma caixa de bombons. O objetivo é perder a virgindade e se tornar um homem. Um dos meninos, no entanto, pensa diferente. A longa duração da trama pode até assustar. Afinal, são quase quatro horas de filme. Porém, pode ter certeza, você não vai sentir o tempo passar. Leone era um mestre da narrativa e sabia como poucos envolver o espectador, como neste filme, que já nasceu clássico. Em tempo: a direção de O Poderoso Chefão foi oferecida primeiro a Sergio Leone, que a recusou. Os produtores queriam um diretor de origem italiana e, por fim, contrataram Francis Ford Coppola, que só aceitou o “trabalho” por insistência de George Lucas. E o resto é história.