Mexer com religião, seja ela qual for, sempre acirra os ânimos, gera polêmicas e revoltas. O cineasta Richard Brooks sabe muito bem o que é isso a partir do momento que anunciou sua intenção de adaptar o romance do Sinclair Lewis. O próprio autor enfrentou protestos quando da publicação de seu livro em 1927 e Brooks, 33 anos depois quando procurou estúdios para produziu o filme encontrou todas as portas fechadas. A saída foi criar um estúdio próprio para realizá-lo e depois negociar a distribuição. Foi assim com Entre Deus e o Pecado, lançado em 1960 e que conta a história de Elmer Gantry (Burt Lancaster). Ele interpreta um caixeiro viajante que se converte ao evangelismo e faz uso, a partir daí, de sua beleza e carisma, para ganhar muito dinheiro. Principalmente, depois que une forças com a Irmã Sharon Falconer (Jean Simmons). Tudo vai muito bem até Lulu Bains (Shirley Jones), um amor do passado de Gantry aparecer. Entre Deus e o Pecado é um filme de pegada bem realista, como costumam ser os filmes de Brooks e traz Lancaster em um dos papéis mais marcantes de sua carreira. Papel que deu a ele o Oscar de melhor ator. O filme também ganhou o Oscar de melhor roteiro adaptado (para Brooks) e melhor atriz coadjuvante para Shirley Jones.
ENTRE DEUS E O PECADO (Elmer Gantry – EUA 1960). Direção: Richard Brooks. Elenco: Burt Lancaster, Jean Simmons, Dean Jagger, Hugh Marlowe e Shirley Jones. Duração: 146 minutos. Distribuição: Classicline.