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DE REPENTE, NUM DOMINGO

François Truffaut nunca negou sua paixão pelos filmes de suspense e os policiais americanos. Não era por acaso que seu cineasta favorito era Alfred Hitchcock. Vez ou outra ele “visitava” o gênero e neste seu último trabalho, De Repente, Num Domingo, a homenagem ao mestre é mais que declarada. Um dos temas mais recorrentes na filmografia de Hitchcock era a de colocar um homem comum em uma situação incomum. E é justamente este o mote deste filme de Truffaut. Baseado no romance A Longa Noite de Sábado, de Charles Williams, o roteiro foi escrito pelo próprio diretor, junto com Suzanne Schiffman e Jean Aurel. Na trama, o agente imobiliário Julien Vercel (Jean-Louis Trintingnant) é acusado de matar o amante de sua mulher. Para piorar a situação, sua mulher também foi assassinada. Fugindo da polícia, só resta a ele contar com a ajuda de Barbara (Fanny Ardant, esposa de Truffaut na época), sua secretária. A fotografia em preto e branco de Néstor Almendros confere um charme especial ao filme. De Repente, Num Domingo nos revela um Truffaut cheio de vida e bom humor. Apesar do estágio avançado do câncer que o vitimaria já no ano seguinte ao lançamento desta obra.

DE REPENTE, NUM DOMINGO (Vivement Dimanche – França 1983). Direção: François Truffaut. Elenco: Jean-Louis Trintingnant, Fanny Ardant, Jean-Pierre Kalfon, Nicole Félix e Yann Dedet. Duração: 111 minutos. Distribuição: Versátil/Cultura.

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