Após o sucesso de A Aventura, de 1960, filme que abre a “Trilogia da Incomunicabilidade”, o cineasta italiano Michelangelo Antonioni volta ao tema da falta de comunicação entre as pessoas em A Noite, que ele escreveu (junto com Tonino Guerra e Ennio Flaiano) e dirigiu em 1961. A história gira em torno do casal Lídia (Jeanne Moreau) e Giovanni (Marcello Mastroianni). Os dois estão juntos há dez anos e enfrentando uma grande crise de relacionamento. Certa noite, eles experimentam diferentes emoções em busca de uma resposta para o vazio que se tornou suas vidas. Antonioni se aproveita outra vez da falta de diálogo entre as personagens para nos dizer muito sobre elas e sobre nós mesmos. A angústia vivida por Lídia e Giovanni é também nossa. Com sutileza e maestria, o diretor nos conduz por trilhas inexploradas da alma humana e nos torna cúmplices de sua jornada. Além do roteiro e da bela fotografia de Gianni Di Venanzo, merece destaque o estupendo desempenho de Moreau e  Mastroianni. A Noite recebeu o Urso de Ouro de melhor direção no Festival de Berlim, em 1961. A edição lançada pela Versátil traz cenas adicionais e farto material extra.