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A MENINA SANTA

Quando a diretora argentina Lucrecia Martel lançou seu primeiro filme, O Pântano, em 2001, pegou a todos de surpresa. O que mais chamou a atenção foi a maneira segura como ela, em um trabalho de estreia, conseguiu realizar uma obra de tamanha genialidade. Isso criou, naturalmente, uma grande expectativa em relação ao seu segundo longa, A Menina Santa. Aqui, a cidade é a mesma do filme anterior, La Ciénaga. Acompanhamos a história de Amalia (Maria Alche), uma jovem que se despede da adolescência. Ela estuda em um colégio católico e mora em um grande hotel com a mãe, Helena (Mercedes Morán), e o tio Freddy (Alejandro Urdapilleta). A menina, dividida entre a educação religiosa e a curiosidade sexual da idade, espera por um sinal de Deus para saber o que fazer. Isso acontece primeiro no meio da rua, durante a apresentação de um músico. Depois, durante uma convenção médica no hotel onde reside, Amalia descobre sua verdadeira missão. A Menina Santa teve o cineasta espanhol Pedro Almodóvar como produtor executivo e mostra que a diretora, autora também do roteiro, junto com Juan Pablo Domenech, continua em excelente forma. Seu filme provoca e é sutil ao mesmo tempo. Transita entre conversas bobas que dizem muito e imagens que dizem mais ainda. Seu estilo narrativo não encontra paralelo no cinema argentino, muito menos no brasileiro. É um cinema que exala originalidade, ousadia e sensualidade.

A MENINA SANTA (La Niña Santa – Argentina/Itália/Holanda/Espanha 2004). Direção: Lucrecia Martel. Elenco: Mercedes Morán, Carlos Belloso, Alejandro Urdapilleta, María Alche, Julieta Zylberberg, Mía Maestro, Arturo Goetz, Alejo Mango, Mónica Villa, Miriam Diaz e Rodolfo Cejas. Duração: 106 minutos. Distribuição. Imagem Filmes.

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