O ator, roteirista e diretor Matthew Saville nasceu em Durban, na África do Sul, filho de pai sul-africano e mãe neozelandesa. Criado na Nova Zelândia, desde cedo demonstrou interesse pelas artes cênicas e se formou na Toi Whakaari: NZ Drama School, em Wellington. A carreira como ator iniciou em 2002 e dez anos depois passou também a escrever e dirigir. Primeiro realizando curtas até estrear na direção de longas com A Matriarca, de 2021. O roteiro escrito por Saville gira em torno do jovem Sam (George Ferrier). Após ser suspenso da escola, como punição seu pai (Marton Csokas) o manda ficar um tempo cuidando da avó Ruth (Charlotte Rampling), que está doente. A revolta de Sam se acentuou após a morte de sua mãe. Ele não conhecia Ruth, que também não é uma pessoa fácil. A tensa relação que se estabelece entre os dois revela-se explosiva. A Matriarca poderia ser simplesmente classificado como uma história de ritual de passagem. É muito mais do que isso. Esse “ritual de passagem” funciona na mesma medida também para Ruth. E Charlotte Rampling brilha com sua interpretação vigorosa. O estreante George Ferrier não se intimida diante da grande atriz com quem faz quase todas as cenas. No final quem sai ganhando somos nós que assistimos a uma trama tocante e envolvente que apresenta duas almas sofridas que ganham uma chance para superar suas diferenças consigo mesmas e com os outros.
A MATRIARCA (Juniper – Nova Zelândia 2021). Direção: Matthew Saville. Elenco: Charlotte Rampling, Marton Csokas, George Ferrier, Edith Poor, Cameron Carter-Chan, Carlos Muller e Tane Rolfe. Duração: 94 minutos. Distribuição: Pandora Filmes.