O cineasta Leos Carax começou sua carreira em meados dos anos 1980. Ele, informalmente, junto com Jean-Jacques Beineix e Luc Besson, ficou conhecido pelo jeito estilizado de contar suas histórias. Essa “estética neon” pode ser percebida em seus dois primeiros trabalhos, Boy Meets Girl e Sangue Ruim, bem como em Diva, de Beineix e Subway, de Besson. O sucesso dos filmes permitiu que Carax tivesse dinheiro e liberdade para realizar sua terceira obra, Os Amantes da Ponte Neuf. O roteiro, do próprio diretor, conta a conturbada história de amor vivida por Alex (Denis Lavant) e Michele (Juliette Binoche). Ele é um mendigo que tira uns trocados cuspindo fogo e ela é uma pintora de classe média que perde o rumo depois do fim de um relacionamento. Os dois se conhecem, ficam amigos, se apaixonam e desenvolvem uma forte dependência mútua. Carax, que recriou a região da Ponte Neuf de Paris em estúdio, realiza um filme que é, ao mesmo tempo, trágico, grandioso, delirante e envolvente. Sem contar a impressionante “entrega” dos atores Denis Lavant e Juliette Binoche às suas personagens. Os dois são habitués do cineasta. Os Amantes da Ponte Neuf dividiu opiniões quando foi lançado, em 1991. O tempo se encarregou de dar a ele o devido reconhecimento. Uma curiosidade: Leos Carax é um nome artístico, na verdade trata-se de um anagrama de Alexander Oscar Dupont, nome verdadeiro do diretor.
Uma resposta
Leos Carax trabalha e trabalha bem com o inusitado. Disso se destaca o seu cinema e torna-se, acredito, uma oportunidade ímpar para locar os seus filmes. Marden tem razão quanto a entrega do elenco. Diz a lenda que Denis [Alex] quebrou a perna “de verdade” para compor melhor sua personagem.