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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

INCÊNDIOS

Denis Villeneuve, cineasta canadense nascido em Quebec, chamou a atenção de todos em 2011 quando concorreu a diversos prêmios, incluindo o Oscar de melhor filme estrangeiro, por Incêndios. Ao som de You and Whose Army?, do álbum Amnesiac do Radiohead, a voz única de Thom Yorke nos transporta, já nesta cena de abertura, para dentro da história do filme, que vai sendo contada de maneira fragmentada, alternando passado e presente. O ponto de partida é a leitura do testamento de Nawal Marwan (Lubna Azabal) aos seus dois filhos, os gêmeos Simon (Maxim Gaudette) e Jeanne (Mélissa Désormeaux-Poulin). Além de uma exigência bem clara sobre a maneira como quer ser enterrada, eles recebem duas cartas: uma para ser entregue ao pai deles (que julgavam morto) e a outra ao irmão (que eles desconheciam ter). Com roteiro do próprio diretor, baseado em uma peça escrita pelo libanês radicado no Canadá Wadji Mouawad, Incêndios te conduz por caminhos trágicos e surpreendentes, tendo como pano de fundo os eternos conflitos do Oriente Médio. À medida que Jeanne parte em busca da história de sua mãe para poder realizar seus últimos desejos, nós, espectadores, vamos conhecendo junto com ela a jornada percorrida por Nawal. Deduzimos que esta história possa ter acontecido no Líbano pelo fato de seu autor ser libanês. Em nenhum momento do filme é dito o nome do país onde ela ocorre. Na verdade, isso é o que menos importa. O drama apresentado aqui poderia ter acontecido em qualquer país do mundo onde reine a explosiva combinação de intolerância religiosa com crise política. Incêndios é forte, tenso e impactante. É aquele tipo de filme que nos dá uma sacudida. E isso é muito bom.
INCÊNDIOS (Incendies – Canadá/França 2010). Direção: Denis Villeneuve. Elenco: Lubna Azabal, Mélissa Désormeaux-Poulin, Maxim Gaudette, Rémy Girard, Abdelghafour Elaaziz, Allen Altman, Mohamed Majd e Nabil Sawalha. Duração: 130 minutos. Distribuição: Imovision. 

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Uma resposta

  1. Gosto imenso deste filme. Sobretudo pela carga de drama humano. Em mãos ingênuas, resultaria em um melodrama de telenovela. Denis Villeneuve mostra-se maduro e sensível revelando apenas o necessário, a cada momento. Arrebatador.

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